terça-feira, 6 de dezembro de 2011

EBAAAAAAAAAAA...chegou o dia da Liberdade!

Ainda não me acostumei com o barulho da rua, fiquei acordando durante a noite toda mais uma vez.

Mas, estou super animada porque hoje me liberto dos elásticos.

Me empenhei bastante nos exercícios para que eu consiga falar bem quando estiver sem o bloqueio das arcadas.

Bem, o que teremos para comer no último almoço com as arcadas amarradas? A Vívis ligou em alguns lugares e descobriu uma sopa de mandioquinha na Bella Paulista, fomos para lá.
Chegando lá, pedi um pouco para experimentar e a sopa não tinha pedaços, mas estava grossa demais para passar pela arcada fechada. Pedi para viagem, e em casa bati no liquidificador com água, coei e consegui tomar. A Vívis comprou pastel para comer aqui comigo.

Sair do repouso me trouxe de volta ao mundo real: o mundo da crueldade, dos comentários desagradáveis, das brincadeiras fora de hora, etc.
Eu só penso assim: ainda bem que tenho 2 ouvidos sadios e posso ouvir esse monte de besteira porque tudo entra por um ouvido e sai pelo outro. E que bom que ainda tenho certa dificildade para falar, do contrário, corria o risco de responder no mesmo nível (baixo) e poderia magoar alguém, coisa que não tenho intenção de fazer.
Nada disso vai me abalar, só penso na recuperação total que está próxima e no aniversário da Rosangela que é no dia 30 e eu quero estar falando muito bem para dar os parabéns a essa pessoa que eu tanto amo e tenho como uma irmã.

Depois do trabalho, vim correndo para a casa. O Lê veio com a esposa dele, muito gente boa também e tirou os elásticos, ufaaaaaaaaaa
Enquanto ele estava aqui, o Claudio ligou e deu algumas recomendações, principalmente em relação a alimentação. O Leandro perguntou como eu estava me sentindo e não se opôs em relação a minha volta ao trabalho.



Vida linda!

DIA 28/11 - De volta ao trabalho

Não tive uma noite muito tranquila, como estava tendo lá na minha mãe. Senti o barulho da rua, acordei várias vezes com buzinas durante a noite e consequentemente não amanheci 100% disposta.

A Drika chegou quando eu estava levantando, ela se assustou com a minha aparência e demos muita risada, claro! Estava com saudade dessas nossas crises de riso matinais.

Terminei de acordar no banho, tomei café com leite, preparei o shake e fui.

Sinto uma leve fraqueza nas pernas, fui caminhando bem devagar. E, apesar de estar a 1 quadra do trabalho, eu me cansei para chegar até lá.

Foi muito bom rever as pessoas e sentir um pouco a minha vida de volta. Muitas pessoas perguntam: Mas, você voltou a trabalhar?

A resposta é simples: todos que trabalham de acordo com a CLT sabem que um afastamento superior a 15 dias obriga o empregado a ser encaminhado ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que passará a remunerá-lo. Essa remuneração seria bem abaixo do meu salário normal. Desta forma, estou voltando ao trabalho hoje e amanhã, quando o Dr. Leandro vier tirar os elásticos, saberei se ele me afastará por mais alguns dias ou não.

E outra, eu trabalho a 1 quarteirão de onde moro, almoço em casa e não farei nenhum trabalho que prejudique a minha recuperação, então não vejo motivo para ficar em casa fazendo nada quando posso estar no trabalho, recuperando a minha vida normal.

Eu me olho no espelho e já não sou a pessoa que eu era antes, já não falo como antes, não como as coisas que queria comer, não posso cantar como cantava, já são tantas coisas que me afastam de mim e da rotina que eu tinha e gostava, que não preciso de mais essa: ficar longe do trabalho. Voltar ao trabalho e ver os projetos que comecei, mesmo que outros colegas estejam tocando por mim, já é uma ligação entre a Ana Paula de antes e a de agora. É algo que me faz acreditar que minha vida está ali, pronta para ser retomada e eu não quero adiar esse momento.

Claro que, seguirei a orientação do Dr. Leandro e do Dr. Claudio, o que eles acharem que vai ser melhor para a minha recuperação, farei.

Foi difícil almoçar pensando em voltar dentro de 1 hora, claro que não deu.

Me alimentar com esses elásticos bloqueando a língua e fechando toda a arcada é algo bem cansativo. Quase desistir por 3 vezes. Mas, fiz apenas algumas pausas e depois retomei, não posso deixar de comer, ainda mais agora que, trabalhando, vou precisar de mais energia do que antes. Depois de almoçar, mais 30 minutos para higienizar tudo e lá se foram 2 horas de almoço.

Tenho tomado muita água e a cada 2 horas tomo um suco ou um iogurte.

O Thiago me atualizou sobre os projetos que ele assumiu depois que eu operei, mas ainda não os peguei de volta porque vou esperar o parecer do Dr. Leandro amanhã, para saber se continuo trabalhando ou não. De toda forma, vou continuar precisando do apoio da equipe para fazer as palestras por mim.

À noite, acabei com a sopa da Mama, vou ter que inventar algo para almoçar amanhã.

Vou dormir ansiosa por uma vida sem elásticos, não vejo a hora de amanhã chegar logo!

Dia de churrraaasssss!

Hoje tem comemoração do aniversário da tia Cleusa!

Só vou olhar, né? Com a boca amarrada, nem a alface, que estou louca pra comer, vai ser possível.

O tio Luiz veio me buscar em casa para me levar ao churras, na tia Mirian, e já peguei todas as minhas tralhas para voltar para casa hoje. Agradeci ao tio Marsal pelos dias que passei aqui na minha mãe, foi uma ajuda e tanto.

A Vivi e o Du vieram para o churras, também a tia Marcia, a Fê, o Felipe, o Fábio, Bill, Camila, Joana, Juliana, Lucas e a galera do bar.

Não resisti e peguei uma folha de alface, só para cheirar, claro! Não vejo a hora de poder devorar um prato inteiro de salada.

Na hora de ir embora, a Ana me encheu de perguntas, começou a chorar porque eu não voltaria mais pra casa da minha mãe e ficamos abraçadas por um tempo, até ela se acalmar. Agradeci a minha mãe por toda a ajuda, apoio e pelas sopas maravilhosas rsrs.

Voltei com o Du e a Vívis, ouvindo boa música. Eles me deixaram em casa.
Fazia um tempão que eu não via a cara da rua, o trânsito, vim pensando mil coisas pelo caminho.
A Claudinha e o Zé estavam aqui quando eu cheguei. Ficamos um tempão conversando, depois fui tomar a sopa que trouxe pronta da casa da minha mãe, higienizei a boca, o nariz e fui pra cama.

Como é bom voltar pra casa! Foi maravilhoso o tempo que passei na minha mãe, mas a casa da gente é sempre diferente, estava com muita saudade.

Bora dormir que amanhã é dia de trabalho!